Esses dias atrás estava conversando com um colega, que se diz homossexual assumido. Apesar de assumido, ele não dá "pinta" e diz que suas preferências são homens com cara de homem e atitudes de homem. Palavras dele. No final, concordamos que a grande maioria que curtem caras, sejam assumidos ou não, tem as mesmas preferências. Eu sou um exemplo. Assunto vai e assunto vem, acabamos comentando sobre minha condição e ele, é claro, foi contra. Ele acha que o fato de eu "estar no casulo", seja uma falta de coragem da minha parte em assumir minha condição.
Eu discordo. Mas afinal, assumir o que? Pra que? Nunca fui fã de rótulos. Até concordo que a mente humana necessita deste processo de rotulagem para que possa fazer suas escolhas e classificações. Mas quando falamos de relacionamentos afetivos, rótulo para mim é algo dispensável.
Eu não gosto de carne, e só por causa disso eu tenho que ser vegetariano? Não! Eu apenas não gosto de carne oras.
E quando surge aquela pergunta: "Você é gay ou bi?" Eu simplesmente respondo: eu gosto de pessoas, eu me apaixono por pessoas, pela sua essência e não pelo gênero as quais pertencem. Isso é um mero detalhe. Pessoas não são produtos. Não vejo a necessidade de ter um rótulo apenas para engrossar um grupinho ou outro, pertencer a esta ou àquela tribo.
Então não tenho nada o que assumir. Se o caso for contar para Deus e o mundo que gosto de homens e de mulheres, também não vejo o porquê. Isso só traria mais consequências, magoaria pessoas desnecessariamente e geraria mais preconceito. Além de que, em minha opinião, "o mistério" fomenta a conquista. Revelar minha condição apenas por revelar, pra mim é só dar tiro no pé.
Afinal não preciso da aprovação de ninguém para ser feliz.