quinta-feira, 29 de maio de 2008

Uma questão de escolhas


Esses dias atrás estava conversando com um colega, que se diz homossexual assumido. Apesar de assumido, ele não dá "pinta" e diz que suas preferências são homens com cara de homem e atitudes de homem. Palavras dele. No final, concordamos que a grande maioria que curtem caras, sejam assumidos ou não, tem as mesmas preferências. Eu sou um exemplo. Assunto vai e assunto vem, acabamos comentando sobre minha condição e ele, é claro, foi contra. Ele acha que o fato de eu "estar no casulo", seja uma falta de coragem da minha parte em assumir minha condição.

Eu discordo. Mas afinal, assumir o que? Pra que? Nunca fui fã de rótulos. Até concordo que a mente humana necessita deste processo de rotulagem para que possa fazer suas escolhas e classificações. Mas quando falamos de relacionamentos afetivos, rótulo para mim é algo dispensável.

Eu não gosto de carne, e só por causa disso eu tenho que ser vegetariano? Não! Eu apenas não gosto de carne oras.

E quando surge aquela pergunta: "Você é gay ou bi?" Eu simplesmente respondo: eu gosto de pessoas, eu me apaixono por pessoas, pela sua essência e não pelo gênero as quais pertencem. Isso é um mero detalhe. Pessoas não são produtos. Não vejo a necessidade de ter um rótulo apenas para engrossar um grupinho ou outro, pertencer a esta ou àquela tribo.

Então não tenho nada o que assumir. Se o caso for contar para Deus e o mundo que gosto de homens e de mulheres, também não vejo o porquê. Isso só traria mais consequências, magoaria pessoas desnecessariamente e geraria mais preconceito. Além de que, em minha opinião, "o mistério" fomenta a conquista. Revelar minha condição apenas por revelar, pra mim é só dar tiro no pé.

Afinal não preciso da aprovação de ninguém para ser feliz.


segunda-feira, 5 de maio de 2008

Por um acaso do destino


As vezes fico abismado como as coisas acontecem em determinados momentos da minha vida. O mundo realmente dá voltas. Semana passada estava em crise com a digníssima. Brigamos por algo bobo, mas que para mim tem grande importância. Por causa disso, dei uma sumida dela por uma semana.

Eis que na dita semana que estávamos "separados", uma amiga minha apareceu no MSN. No passado, antes de estar com a digníssima, já havíamos nos relacionado por diversas vezes, nas mais diversas ocasiões e locais. Nos conhecemos em um clube, por intermédio de uma prima minha. Fomos apresentados e acabamos "ficando" naquele dia. Depois desse, vieram outros no mesmo clube. Em todas as vezes que nos encontrávamos, ficava a promessa de nos encontrarmos posteriormente. Mas acabava ficando apenas na promessa. Em todas as vezes que nos relacionamos, parecia que não nos conhecíamos. Cada encontro era uma reconquista.

Em uma oportunidade, fui convidado por meus primos para passar o réveillon em uma casa na praia. Como ela era amiga da minha prima, estaria lá também. Na verdade, o que me motivou a ir foi justamente saber que ela estaria lá. Depois fiquei sabendo que foi este mesmo motivo que a levou também. Já no primeiro dia, à noite, sem querer nos deixaram sozinhos na casa. Ainda meio tímidos como sempre, "ficamos" e acabou rolando algo mais "quente". Ficamos juntos durante toda a estada na praia. Por fim, eles retornaram e eu, como estava de férias, curtiria o restante na casa de uma tia. E novamente a promessa ficou no ar, de nos encontramos na volta.

Pois essa semana ela reapareceu. Acabamos caindo no assunto faculdade, pois fazemos o mesmo curso. Conversando sobre a faculdade em que ela estuda, fiquei sabendo que a instituição possui um programa próprio de financiamento. Como meu irmão estava à procura de uma faculdade em que houvesse o curso de enfermagem e possuísse programa de financiamento próprio, pedi maiores detalhes. Ao final da conversa, ela me convidou para nos encontrarmos ao fim da aula do próximo dia para que ela me passasse tais detalhes.

No outro dia sai da faculdade mais cedo e fui até a faculdade dela. Ela comentou que me levaria em casa assim que deixasse as amigas em casa. Todas entregues em suas respectivas residências, ela me levou em casa. Já próximo de casa, paramos em um local escuro e seguro para "conversar" e mais uma vez "ficamos" e acabou rolando algo bem "quente".

Hoje pensando no que aconteceu, sei que novamente não nos veremos por um bom tempo. Parece que sempre fica algo inacabado entre nós, um abismo. Apesar disso, gosto dela, da sua companhia, das conversas. Temos os mesmos gostos musicais, ambos temos gosto pela dança de salão, trabalhamos na mesma área, dominamos os mesmos assuntos. Ao mesmo tempo em que temos muitos motivos para estarmos próximos, nos afastamos. Parecemos dois imãs de mesma polaridade, tentando se aproximar e que, no final, acabam se repelindo. E isso me assusta!