Se arrependimento matasse, eu estaria só no esqueleto agora. Ontem, resolvi dar um "crédito de confiança sub-prime" para a Mama, mesmo depois de ela ter me dado "o bolo" dois finais de semana seguidos. Marcamos de sair e ainda dei a opção de escolha de onde ir a ela. Ela decidiu de irmos ao Twiiga no Batel, desconhecido para ambos. Eu, ainda no meu ato de boa vontade, procurei o site do lugar, liguei para o celular do promoter e coloquei nosso nome na lista VIP. Quando eu morrer, serei escoltado por anjos até o céu de tanta bondade.
Nos 48 minutos do segundo tempo, eis que a jaguara me liga e me dá a desculpa esfarrapada de que o "amor" dela estava a caminho e que não poderia mais ir. Eu que já estava pronto e perfumado só esperando para dar a hora de sair, ainda tentei em vão convidar outros amigos em cima da hora. Mas sabe como é, meio de mês, povo sem dinheiro, uns já estavam de pijama, no fim, não consegui arranjar companhia. Resolvi que iria sozinho. E fui.
Cheguei na tal balada. Pela fachada do lugar e pela fila que estava do lado de fora, eu feliz da vida, pensei: "Deve estar um fervo ai dentro e o lugar deve ser enorme". Quando eu entrei, e fiz um 360 do local me decepcionei. Parecia uma casa de João-de-barro de tão pequeno. Enfim, usei o lema da Copélia: "'Bora' encher a cara!"
Lá pela quarta cerveja, percebo um carinha em uma rodinha de amigos, me "cuidando". Um cara bonito, barba por fazer, cabelinho arrepiado, aparentemente sem trejeitos. Quando ele percebeu que olhei, sorriu. A princípio fiquei na minha e ele continuou dançando no grupinho dele, me observando de longe. Fui ao toilet e quando voltei, o cara estava no maior amasso com outro carinha esquisito, meio emo, meio clubber, meio "lacraia". A pegada dos dois estava tão intensa, que não se sabia quem queria engolir quem. Como de costume, não tinha ido pra "caçar" e sim para me divertir, fiquei no meu canto, só rindo da cena.
Vinte minutos mais tarde, eu que já tinha até esquecido do "ser", fiquei surpreso quando ele chegou a mim. Já chegou junto, começou a alisar meu braço, nem mal disse "Oi" e já queria me beijar. Eu desviei, e disse no ouvido dele: "Seu namoradinho está ali no canto só de olho, pronto para dar um piti. Melhor não! Aliás, muito prazer, meu nome é Daves!". Falei isso, deu um sorrisinho irônico e sai. O cara ficou lá petrificado, descorçoado. A cara que ele fez foi impagável. Dirigi-me para a saída, paguei a conta e fui embora.
Como diz a minha mãe, "Quem procura, acha!". E eu ainda insisto em frequentar esses lugares.