quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

As dores de uma lembrança (Final)

Na semana em que contei ao rapaz que eu curtia caras, havia marcado a minha cirurgia, mas não comentei nada a ele. O primeiro dia de internamento foi como esperado, muita dor e jejum absoluto. Ainda meio grogue da anestesia, recebi uma ligação achando ser mais uma de algum conhecido querendo saber como eu estava. Pra minha surpresa era ele. Perguntou o que eu faria na sexta [era uma quarta-feira] e me convidou para um chope naquele dia. Apesar de que tinha acabado de sair do centro cirúrgico, aceitei.

No dia marcado, após muitos protestos da minha mãe, pois estava proibido de dirigir por 10 dias, “enchi a cara” de analgésico, peguei o carro e sai. Isso porque ela não sabia que eu sairia para beber, senão ela tinha me acorrentado na cama. Passei no shopping, peguei o cara e fomos para um barzinho no Batel. Começamos o papo meio constrangidos, afinal ele sabia, ou pelo menos imaginava a minha condição. Lá pela meia-noite, já sentindo certa aproximação dele, convidei-o para dar uma volta e prometi levá-lo em casa. O efeito do analgésico começou a diminuir, mas eu estava ali firme, sem reclamar. Já próximo de casa, ele pediu que eu parasse para a gente conversar. Nisso o telefone dele toca, ele pediu licença e desceu do carro para atender. Percebi que os ânimos estavam exaltados, mas fingi que não vi nada.

Ele entrou e voltamos a conversar. O papo estava ótimo, mas a cada meia-hora o telefone dele tocava e ele tinha que atender. Isso misturado com a dor que eu estava sentindo, estava me deixando irritado, mas não transpareci.

Algum tempo depois, já na maior intimidade, voltamos a tocar no assunto sexualidade. Respondíamos às perguntas meio constrangidos. Perdemos a noção do tempo. Quando me dei conta, estávamos nos beijando loucamente. E eu com aquela dor tremenda. Ele levou a mão na minha barriga e sentiu a cinta compressora. Ele parou e me olhou com uma cara de "o que é isso". Comentei que tinha feito uma cirurgia há três dias e ainda estava com o pontos. O cara ficou espantando. Disse a ele que não havia problema, desde que não me "apertasse". E assim ficamos até as três da manhã. Ele então me convidou para um lugar mais reservado. Tive que recusar, a dor já estava insuportável e falei que do jeito que eu estava não daria, mas prometi de nos vermos em outro dia. O celular voltou a tocar, ele então se despediu, desceu e atendeu. Vi que ele estava visivelmente irritado com a pessoa do outro lado. Liguei o carro e sai.

Não nos vimos mais desde então. Apesar de esta minha primeira vez com um cara ter sido memorável, a situação [eu sentindo dor e ele atendendo o celular a cada meia-hora] não me animou para um próximo encontro. Perdi o interesse. Cheguei a me questionar se era mesmo isso que eu curtia. Voltamos a conversar pelo MSN depois de um tempo. Descobri que a pessoa que o ligara naquele dia, era o "caso" dele. No mínimo o cara estava patrulhando.

O problema é que agora, toda vez que sinto dor de estômago, lembro do cara. Fazer o que? Coisas da vida.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

As dores de uma lembrança (Parte 1)

Acho curioso o fato de lembranças boas virem a minha cabeça quando ouço determinada música, sinto algum cheiro ou assisto a algum filme. Em resumo, sensações agradáveis que remetem a boas lembranças. No entanto, nunca pensei que sensações desagradáveis como uma dor, por exemplo, pudesse me remeter a lembranças também.

Esta semana completou dois anos que fiz uma cirurgia. Sofria com azia crônica desde criança e optei em fazer a operação para acabar de vez com essa sensação desagradável. Foi um procedimento simples, mas com um pós-operatório dolorido.

Na mesma época, em um domingo de passeio ao shopping, ao visitar uma loja, conheci um rapaz que lá trabalhava. O cara foi super atencioso, simpático, além de que ele era lindo, usava barba e tinha um olhar cativante. Aparentemente o cara não era comprometido, pois não usava aliança. Perguntei-me, como um cara bonito podia estar solteiro? Voltei à loja várias vezes, com as mais esfarrapadas desculpas, ou até para comprar algo que não precisava, só para ver o cara ou dar um "Oi". Certo dia, encontrei com um amigo neste mesmo shopping e convidei-o para tomarmos um chope. Antes ele disse que precisava paasar em uma loja pagar uma conta e me convidou a acompanhá-lo. Pra minha surpresa, era a mesma loja que o carinha trabalhava e ainda por cima meu amigo era muito amigo dele. Fomos apresentados formalmente. Tive que concordar que o mundo é pequeno.

Alguns dias depois, recebo um convite de amizade do cara no Orkut. Como ele me adicionou no Orkut, adicionei-o ao MSN. E assim começamos a conversar. Em nossas conversas, quando já tínhamos certa intimidade, ele me disse que queria perguntar-me algo. Quando disse a ele que poderia perguntar, ele enrolou, enrolou e de tanto eu insistir ele fez a dita pergunta: Queria saber "qual era a minha". Como ele havia enrolado, eu dei uma boa enrolada também. Adoro fazer esses joguinhos de mistério. Acabei dizendo a ele que curtia caras, mas não com essas palavras e nem com todas as letras. Deixei alguma coisa para que ele imaginasse.

(continua...)

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Em terra de saci, uma calça dá pra dois...


...Já dizia o ditado. Já na minha "terra", não funciona, ou pelo menos não funcionou assim. Explicarei. Apesar de ser bastante dogmático quando me relaciono com caras, sempre fui curioso com relação a algumas "fantasias". Uma delas é o sexo "a três". Até então nunca havia discutido isso com a digníssima, por saber explicitamente que ela não aceitaria e que, no caso do nosso relacionamento, eu não me sentiria bem, por ambas as partes. Nunca também havia surgido a oportunidade de ter isso com um cara. Embora uma vez, tenha havido um convite de um carinha que me relacionei para realizar esta fantasia com um garoto de programa. Mas isso pra mim seria totalmente fora de cogitação, pelos motivos que já venho discutindo nos posts anteriores e pelo fato de que para mim, pagar para ter sexo, seria algo para quem não conseguiria tê-lo da forma "convencional".

Eis que um dia, conversando com um cara do trabalho que já havia me relacionado, ele veio com a ideia de realizarmos tal fantasia com o ex-affair dele que também estava afim. Já conhecia o tal cara, que também trabalha na mesma empresa, por foto. O cara era muito bonito,  bem meu tipo,  mas não nos conhecíamos pessoalmente.

A princípio relutei na ideia, mas de tanto ele me encher a cabeça, resolvi aceitar o convite, com a condição de que antes, nós três marcaríamos de nos encontrar para conversar e tomar uma cerveja. Assim saberia se toparia ou não. Condições aceitas, marcamos o encontro.

No dia marcado, ainda com a sensação de "isso não vai dar certo", encontrei com o meu ex-affair no local combinado e esperamos a chegada do ex-affair dele. Ele chegou e nos cumprimentamos. Não sei o que aconteceu, trocamos meia dúzia de palavras e para mim já tinha sido o suficiente para topar a brincadeira. Talvez pela "química" que rolou eu mesmo pulei minhas condições.Vai entender...

Devidamente apresentados, rolou o convite de irmos para o apartamento dele. Lá chegando, eu ainda com receio de como me portar diante da situação, eles perceberam, tomaram a iniciativa e começaram a brincadeira. Aos poucos fui me soltando e comecei a participar também. O negócio começou a esquentar, e quando eu percebi já estava meio que "monopolizando" o cara. Além disso, constantemente sussurrava no  ouvido dele que queria "apenas ele". Quando percebi, meu ex-affair já estava de fora da "brincadeira" e apenas observava. E assim ficamos até irmos embora.

Trocamos telefones, nos despedimos e fui. O meu ex-affair, meio de cara, nada comentou. Chegando em casa, recebo uma mensagem no celular:  "Espero vê-lo em breve novamente, exclusivamente. Beijos!". Depois disso, voltamos a nos encontrar outras vezes e nos tornamos amigos-coloridos. Quanto ao meu ex-affair, nunca mais nos falamos. Conclusão: a fantasia a três não funcionou muito bem, pelo menos comigo. Quem tudo quer, nada tem!