quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

A ginástica laboral e seus "benefícios"...


Uma vez uma colega de faculdade me perguntou como eu sei se um cara está interessado ou não. Eu respondi: "Não tem como explicar. É feeling! Com um simples olhar, eu já capto 'qual é' a do cara". É claro que já errei algumas vezes, mas é raro isso acontecer. Bem... confesso que existem casos em que eu não consigo saber com certeza mesmo após muita análise. Nesse caso, sou cauteloso. Atualmente estou num dilema desses.

Na empresa onde trabalho, fazemos ginástica laboral três vezes por semana, ministrada por um profissional contratado de uma clínica especializada. Mês retrasado, mudaram o "menino da laboral", como o pessoal se refere. Saiu um rapaz lindo, saradíssimo e chato e colocaram outro rapaz que não é um Gianechinni, não é sarado, mas que tem um corpo legal, um traseiro que não é dele e uma simpatia sem igual. O jeito que o rapaz nos trata e conduz os exercícios, faz dele um cara charmoso e interessante, e que aos poucos me chamou atenção. Diferente do carinha anterior, que tropeçava no próprio ego.

Desde o primeiro dia, senti uma aproximação dele comigo. Primeiro achei que por sentar-me próximo ao corredor, ele puxou papo com o primeiro que viu pra dar aquela quebrada no gelo. Mas isso perdurou e ficou "mais intenso". Comecei a perceber um olhar mais prolongado e uma "atenção" maior. Nas últimas semanas, ele tem me pegado "para Cristo" todos os dias. O dia que eu decido não fazer laboral, ele vem a minha mesa pra insistir que eu faça. No momento dos exercícios, ele me corrige e ultimamente anda inclusive pegando em mim para corrigir determinado movimento ou posição. Esses dias eu errei um exercício de propósito só pra ver se ele me corrigia. Foi batata! Sempre com aquele sorriso misterioso, pegada forte e aquela cara de safado que só ele sabe fazer.

A cada duas semanas, ele resolve fazer algumas aulas diferentes. Essa última semana ele inventou de fazer laboral em dupla. E pra fechar com chave de ouro, ele me escolheu para ser o partner dele na aula.

É engraçado que por mais que o cara me dê motivos para crer que "nesse mato tem onça", ele me deixa em dúvida. O comportamento dele, pelo que percebi, é apenas comigo. Esses dias ele brincou com o pessoal sobre "final de semana de bebedeira" e eu ri [porque será...]. Ele viu e já veio para o meu lado dizendo que faz tempo que não saia beber e que estava faltando convite. Eu aproveitei a deixa e disse: “Não seja por isso... está convidado para este final de semana.” Ele sorriu, deu uma piscadinha e respondeu: "Opa... combinamos na sexta então..."

A barriga gelou! Agora é esperar pra ver... Algo me diz que o fim de semana promete.


sábado, 14 de novembro de 2009

E eu vos declaro marido e... marido???


Hoje estava lendo uma notícia na internet a respeito da primeira liberação de união civil entre pessoas do mesmo sexo, na Argentina. A decisão foi dada por uma juíza em Buenos Aires. O prefeito da cidade resolveu acatar a decisão da juíza e declarou que não recorrerá do veredicto. Além disso, ele disse que a decisão foi "um passo adiante" e que os cidadãos devem "aprender a viver em liberdade sem ofender os direitos dos outros" e que "é o direito de as pessoas serem feliz de acordo com suas próprias decisões". Achei as declarações do prefeito muito inteligentes e sábias. Não pelo fato de terem liberado esse tipo de união, mas sim porque, em minha opinião, isso era o que deveria ocorrer em todas as esferas das relações humanas.

Não sou contra e nem a favor ao casamento de duas pessoas de mesmo sexo. Não por preconceito ou hipocrisia, mas pelo fato de achar que, para mim isso é desnecessário. Sou a favor sim, do respeito ao próximo e às suas escolhas. Eu creio que a felicidade de duas pessoas não depende de um pedaço de papel ou da autorização de um padre ou de quem quer que seja. A felicidade das pessoas está na vontade delas próprias. Mas como disse o prefeito, que sejam felizes de acordo com suas decisões. Isso é o que importa.

Quando estive em Buenos Aires, ano retrasado, duas das coisas que me chamou muita a atenção foi a de que, todos os homens, inclusive jovens, se cumprimentam com um beijo no rosto, e de que o verdadeiro tango é dançado por dois homens. E as pessoas tratam isso de forma natural e carinhosa. Fato que aqui no Brasil, seria inadmissível. Nesse quesito, eu tiro o chapéu para os argentinos. Quem foi o infeliz que inventou que homens não podem se cumprimentar com um beijo, chorar ou trocar algum tipo de afeto? Lamentável.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Rio 40 graus... 48 horas no purgatório da beleza e do caos (Parte 1)


Os acontecimentos aqui relatados ocorreram entre as 7 e 10 horas do dia 17/10

07:30 - Sala de embarque do Aeroporto Afonso Pena - CWB: Estou aguardando a saída do 1º voo com destino a Guarulhos. A sala está com todas as poltronas ocupadas. Fico em pé, conversando de frente para minha amiga. Logo percebo por cima do ombro dela um rapaz a me observar. A princípio fico meio receoso, aos poucos percebo que se trata "daquele olhar" e pra completar o cara me chamou a atenção. Ihhh...

07:50 - Embarque no ônibus que nos levará a aeronave: quando já correspondia aos olhares do rapaz, chegou a hora de embarcar. Pensei: deve estar esperando o voo para outro lugar. Ledo engano! Ele iria conosco no mesmo voo.

08:00 - Dentro da aeronave da Gol: percebo que ele se dirige às poltronas do meio da aeronave. Fico na poltrona 12B. Decido testá-lo. Dirijo-me aos toilets ao fundo da aeronave. Passo por ele e resolvo dar uma encaradinha. Ele correspondeu. Ao sair do toilet, ele está virado olhando pra trás.

08:10 - Aeronave taxiando para decolar: retorno a minha poltrona e rapidamente peço um pedaço de papel pra minha amiga. Interrompo uma comissária e peço uma caneta. Anoto meu número de celular no papel seguido do meu nome. Minha amiga pergunta: "Pra que isso?" Respondo: "Bobeira minha". Coloco o papel no bolso da jaqueta.

08:25 - Em pleno voo: Preciso ir ao toilet novamente. Aviões me deixam apreensivo e mijão. Passo por ele novamente e mais uma vez dou uma "mirada". Como ele é bonito. Penso: "Preciso entregar o papel pra ele! Farei isso na volta. Aproveitarei que os bancos ao lado estão vazios". Preparo-me para sair. O avião começa a tremer. Ao sair a comissária me pega pelo braço e me joga na primeira poltrona vazia ao fundo e manda apertar o cinto. Droga! Maldita turbulência. Percebo que ele olha pra trás as vezes.

09:00 - Tripulação, preparar para o pouso!: Estamos quase descendo, o avião ainda chacoalhando, eu já passando mal e não consegui entregar o bendito papel. Farei isso quando passar por ele no corredor ao descer. Coitada da minha amiga. Ficou sozinha maior parte da viagem. Mas foi por uma boa causa.

09:10 - Enfim no solo: Graças a Deus. Mas um pouco e eu virava do avesso. Todos se preparam para descer. Espero o fluxo aliviar e ele se levantar. Assim será mais fácil. Não deu. Ele levantou, olhou e saiu. Não consegui passar. O corredor ainda estava entupido. Próxima chance: ônibus que leva ao aeroporto.

09:15 - Embarque no ônibus: Fico em pé próximo a ele que está sentado no fundo. Será que entrego? Melhor não. Todos vão ver. Última chance será ao descer do ônibus.

09:20 - Desembarque: É agora ou nunca! Faço de conta que estou arrumando o sapato. Minha amiga se adianta. Eu espero ele passar e emparelho. Estendo o braço e entrego. O nervosismo e as mãos tremendo quase fazem o papel cair. Olho pra frente. Minha amiga olhou para trás e viu a cena.

09:25 - Corredor de desembarque em Guarulhos: Missão cumprida! Agora é esperar o contato. "Espero que seja de Curitiba", pensei. Minha amiga olha pra mim e pergunta: "Que foi aquilo?". "Depois te explico!", eu respondi puxando ela pelo braço. Ao chegar à sala de embarque o vejo sentado em frente ao portão que eu embarcaria. Torci: "Tomara que vá para o Rio!"

09:30 - Sala de embarque: Depois que quase ficar pelado para passar no detector de metais de novo, me recomponho e sem perceber coloco a aliança que estava no bolso. Sento-me de frente pra ele. Minha amiga vai ao banheiro. Continuo a olhá-lo e correspondendo. Encaro até ele desistir e desviar o olhar. Adoro fazer isso! Ele levanta e sai. Sem querer vejo que estou de aliança. "Putz... Tarde demais!", pensei. Retiro e coloco no bolso. Minha amiga retorna. Nem sinal dele e de mensagem no celular.

09:45 - Hora de embarcar para o 2º trecho: Ele reaparece e vejo que também se dirige ao mesmo portão, pra minha alegria. Mais uma vez entramos no ônibus que leva à aeronave. Desta vez decido ficar ao lado dele de frente. Em conversa com minha amiga, ela solta um: "Você é um menino muito levado!" Olho pra ele e repito: "Sou beeemmm levado!" Ele sorri tímido desviando o olhar.

09:55 - Hora de embarcar: Embarcamos, desta vez na poltrona 17A. Sentamos e de repente o celular vibra. Mensagem! "Opa... 27F... Marcos... Vai aprontar o q no Rio". Respondo: "Vou lá ferver com a minha amiga. E você?" Ele responde: "Prova de residência amanhã..." Eu respondo: "Vamos numa balada esta noite. Esta convidado desde já. Assim podemos conversar melhor". Pra minha surpresa ele respondeu: "Se tua amiga quiser trocar de lugar, podemos conversar agora... Estou na 27F Janela". Não podia ser melhor. Minha amiga, gente finíssima, aceita a troca. Ele vem e senta-se ao meu lado. Nos cumprimentamos timidamente.

(continua...)

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Coçando o ego


Em uma visita de final de semana a parentes na minha cidade, sai a noite com o meu primo baladear. Na volta da balada, paramos para comer um cachorro-quente em um point no centro. Na mesa próxima a nossa, havia um grupo de rapazes, muito bonitos por sinal, conversando sobre uma balada GLS que lá há. Era impossível não escutá-los comentando sobre o lugar. E assim voltei para Curitiba com a promessa de voltar sozinho para conhecer tal lugar. Apesar de não ser fã deste tipo de lugar, frequento mais por curiosidade, para dançar e dar aquela coçada no ego de vez em quando.

Esta semana, mais uma briga com a digníssima. Desta vez eu não perdoei. Resolvi dar um tempo. Já estava insustentável a situação. Eu de pirraça, decidi comemorar o primeiro dia de solteiro e assim que sai da faculdade, me veio a ideia de dar uma “passadinha” na tal boate. Não pensei duas vezes, e cai na estrada. Menos de duas horas estava lá.

O lugar estava bem cheio. Já cheguei “causando” e me joguei na pista. Lá pelas tantas, percebi que três carinhas me observavam e cochichavam. Um era bem “pintosa”, o outro magrinho, e o terceiro era baixinho e barrigudinho. Em uma ida ao bar renovar a cachaça, sinto uma batidinha no ombro. Olho para trás e vejo o cara magrinho que estava na rodinha. Ele perguntou meu nome, e já tascou a pergunta: “Tú é do babado?” Eu involuntariamente ri. Acho incrível a objetividade excessiva das pessoas. Olhei para ele e perguntei, “Por que você quer saber isso?”. Ele me contou que o amigo dele estava afim de mim. Eu já imaginando a bomba por vir, falei: “Não, não sou gay”. Mas na curiosidade de saber qual dos dois amiguinhos dele era o “dito cujo”, resolvi perguntar: “Quem é seu amigo?”, ele então virou-se e disse “É aquele de camisa branca!”. Quando eu apurei a visão para encontrar o ser, vi os dois carinhas e mais um terceiro que até então não tinha visto. O carinha era muito bonito, cabelo arrepiadinho e usava cavanhaque. Pensei por alguns segundos... “será que vale a pena voltar atrás e conhecer o cara?” Resolvi manter a palavra: “Pois é cara, diga para o seu amigo que não sou gay”. Ele com uma carinha de decepcionado voltou ao grupinho dar a notícia.

É claro que durante a noite, continuei “paquerando” o cara e ele me cuidando de longe. Coçar o ego de vez em quando faz bem!


terça-feira, 6 de outubro de 2009

Programação para a semana


Essa semana consegui convencer a Mama de darmos "um pulo" no Rio. Na verdade ela que veio com a história de ir para o Rio, conhecer uma boate que ela disse estar entre as cinco melhores do mundo. A The Week. O bom é que ela tem um meio-parente lá que poderá nos abrigar. Fora que o cara é um pedaço de mau-caminho.

Semana que vem desembarcaremos lá. Pena que não dará para ir no feriado. Não havia mais passagem aérea com preços e horários compatíveis. Mas vamos ver no que isso vai dar. Quero ver a desculpa que eu vou dar pra digníssima, que já anda reclamando dos meus "sumiços" de fim de semana.


domingo, 27 de setembro de 2009

Quem não quer barulho, que não junte lata!


Se arrependimento matasse, eu estaria só no esqueleto agora. Ontem, resolvi dar um "crédito de confiança sub-prime" para a Mama, mesmo depois de ela ter me dado "o bolo" dois finais de semana seguidos. Marcamos de sair e ainda dei a opção de escolha de onde ir a ela. Ela decidiu de irmos ao Twiiga no Batel, desconhecido para ambos. Eu, ainda no meu ato de boa vontade, procurei o site do lugar, liguei para o celular do promoter e coloquei nosso nome na lista VIP. Quando eu morrer, serei escoltado por anjos até o céu de tanta bondade.

Nos 48 minutos do segundo tempo, eis que a jaguara me liga e me dá a desculpa esfarrapada de que o "amor" dela estava a caminho e que não poderia mais ir. Eu que já estava pronto e perfumado só esperando para dar a hora de sair, ainda tentei em vão convidar outros amigos em cima da hora. Mas sabe como é, meio de mês, povo sem dinheiro, uns já estavam de pijama, no fim, não consegui arranjar companhia. Resolvi que iria sozinho. E fui.

Cheguei na tal balada. Pela fachada do lugar e pela fila que estava do lado de fora, eu feliz da vida, pensei: "Deve estar um fervo ai dentro e o lugar deve ser enorme". Quando eu entrei, e fiz um 360 do local me decepcionei. Parecia uma casa de João-de-barro de tão pequeno. Enfim, usei o lema da Copélia: "'Bora' encher a cara!"

Lá pela quarta cerveja, percebo um carinha em uma rodinha de amigos, me "cuidando". Um cara bonito, barba por fazer, cabelinho arrepiado, aparentemente sem trejeitos. Quando ele percebeu que olhei, sorriu. A princípio fiquei na minha e ele continuou dançando no grupinho dele, me observando de longe. Fui ao toilet e quando voltei, o cara estava no maior amasso com outro carinha esquisito, meio emo, meio clubber, meio "lacraia". A pegada dos dois estava tão intensa, que não se sabia quem queria engolir quem. Como de costume, não tinha ido pra "caçar" e sim para me divertir, fiquei no meu canto, só rindo da cena.

Vinte minutos mais tarde, eu que já tinha até esquecido do "ser", fiquei surpreso quando ele chegou a mim. Já chegou junto, começou a alisar meu braço, nem mal disse "Oi" e já queria me beijar. Eu desviei, e disse no ouvido dele: "Seu namoradinho está ali no canto só de olho, pronto para dar um piti. Melhor não! Aliás, muito prazer, meu nome é Daves!". Falei isso, deu um sorrisinho irônico e sai. O cara ficou lá petrificado, descorçoado. A cara que ele fez foi impagável. Dirigi-me para a saída, paguei a conta e fui embora.

Como diz a minha mãe, "Quem procura, acha!". E eu ainda insisto em frequentar esses lugares.


quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Um encontro casual e a casualidade dos encontros

Sempre tive uma opinião formada no quesito "relacionamento sério" com caras: não engataria um namoro com um homem. Não pelo fato de querer evitar um envolvimento ou querer apenas encontros casuais sem compromisso. Muito pelo contrário, sou contra encontros casuais pela simples urgência carnal. Apesar de contraditório, não querer compromisso, mas ao mesmo tempo não ser adepto da casualidade, se dá primeiro pelo fato de eu ser casado e depois por "estar no casulo" e às consequências que essa condição trás. Um relacionamento sério nessas condições, além de custoso para as partes, traria um grande risco ao "casulo".

Por esse motivo, sempre fui adepto da filosofia do "deixa a vida me levar" e porque não dizer, até com certo grau de envolvimento. Por que não? Ontem me aconteceu algo que só me fez confirmar a filosofia citada no parágrafo anterior.

Após o retorno de uma entrevista para um novo emprego, me dirigindo para casa, lembrei que necessitava de mídias de DVD para um trabalho pessoal. Entre o caminho do local da entrevista e minha casa, resolvi passar no Extra para a compra de tais mídias. Ao sair do caixa, lembrei também de que necessitava de um extrato bancário. Aproveitei a oportunidade e me dirigi aos caixas automáticos ao final do corredor de caixas do hipermercado. Extrato emitido, ao me dirigir a única saída que passava por todos os caixas da loja, eis que em um deles reparo em um rapaz de camiseta branca e me observar fixamente. Ao passar pelo caixa onde ele estava, percebo que a medida que vou passando, ele fixamente me acompanha com o olhar, chegando a virar o pescoço. Pra completar o cara era muito bonito, corpo médio, branquinho, barbinha por fazer, bem do estilo que me atrai e me chama a atenção.

Nisso o meu celular tocou. Era minha mãe querendo saber como havia sido a entrevista. Conversamos por alguns minutos e enquanto eu estava parado observando onde havia deixado o carro, o rapaz passou por mim e mais uma vez me fitando. Desliguei o telefone e me dirigi ao veículo que por muita coincidência estava a dois carros de distância do dele. Entrei no meu carro, abaixei o vidro, e liguei para a digníssima para avisá-la que estava no "meio do caminho". Percebi que ele viu que entrei no carro. Enquanto eu estava ao telefone, ele se aproximou. Desliguei. Realmente o cara era muito bonito.

Ele se apresentou me cumprimentou e puxou assunto. Perguntou o meu nome e ao ver minha aliança no dedo, perguntou: "Comprometido?" Respondi: "Sim. Sou noivo!". Ele fez uma cara meio de espanto misturado com surpresa, ficou dois segundos mudo e soltou: "Vamos ali no banheiro?". Puff! Foi a palavra mágica para que eu desencantasse na hora. O cara mal perguntou meu nome e já queria ir pros finalmente? No way! Eu disse que estava com pressa e que poderíamos marcar de tomar uma cerveja e papear. Ele me deu o telefone dele e eu disse que ligaria. Me despedi, liguei o carro e fui embora.

Hoje analisando a situação, chego a conclusão de que esse tipo de relacionamento absolutamente não me atrai. Ter qualquer intimidade com uma pessoa que conheci há cinco minutos, ainda é algo inimaginável pra mim.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

As dores de uma lembrança (Final)

Na semana em que contei ao rapaz que eu curtia caras, havia marcado a minha cirurgia, mas não comentei nada a ele. O primeiro dia de internamento foi como esperado, muita dor e jejum absoluto. Ainda meio grogue da anestesia, recebi uma ligação achando ser mais uma de algum conhecido querendo saber como eu estava. Pra minha surpresa era ele. Perguntou o que eu faria na sexta [era uma quarta-feira] e me convidou para um chope naquele dia. Apesar de que tinha acabado de sair do centro cirúrgico, aceitei.

No dia marcado, após muitos protestos da minha mãe, pois estava proibido de dirigir por 10 dias, “enchi a cara” de analgésico, peguei o carro e sai. Isso porque ela não sabia que eu sairia para beber, senão ela tinha me acorrentado na cama. Passei no shopping, peguei o cara e fomos para um barzinho no Batel. Começamos o papo meio constrangidos, afinal ele sabia, ou pelo menos imaginava a minha condição. Lá pela meia-noite, já sentindo certa aproximação dele, convidei-o para dar uma volta e prometi levá-lo em casa. O efeito do analgésico começou a diminuir, mas eu estava ali firme, sem reclamar. Já próximo de casa, ele pediu que eu parasse para a gente conversar. Nisso o telefone dele toca, ele pediu licença e desceu do carro para atender. Percebi que os ânimos estavam exaltados, mas fingi que não vi nada.

Ele entrou e voltamos a conversar. O papo estava ótimo, mas a cada meia-hora o telefone dele tocava e ele tinha que atender. Isso misturado com a dor que eu estava sentindo, estava me deixando irritado, mas não transpareci.

Algum tempo depois, já na maior intimidade, voltamos a tocar no assunto sexualidade. Respondíamos às perguntas meio constrangidos. Perdemos a noção do tempo. Quando me dei conta, estávamos nos beijando loucamente. E eu com aquela dor tremenda. Ele levou a mão na minha barriga e sentiu a cinta compressora. Ele parou e me olhou com uma cara de "o que é isso". Comentei que tinha feito uma cirurgia há três dias e ainda estava com o pontos. O cara ficou espantando. Disse a ele que não havia problema, desde que não me "apertasse". E assim ficamos até as três da manhã. Ele então me convidou para um lugar mais reservado. Tive que recusar, a dor já estava insuportável e falei que do jeito que eu estava não daria, mas prometi de nos vermos em outro dia. O celular voltou a tocar, ele então se despediu, desceu e atendeu. Vi que ele estava visivelmente irritado com a pessoa do outro lado. Liguei o carro e sai.

Não nos vimos mais desde então. Apesar de esta minha primeira vez com um cara ter sido memorável, a situação [eu sentindo dor e ele atendendo o celular a cada meia-hora] não me animou para um próximo encontro. Perdi o interesse. Cheguei a me questionar se era mesmo isso que eu curtia. Voltamos a conversar pelo MSN depois de um tempo. Descobri que a pessoa que o ligara naquele dia, era o "caso" dele. No mínimo o cara estava patrulhando.

O problema é que agora, toda vez que sinto dor de estômago, lembro do cara. Fazer o que? Coisas da vida.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

As dores de uma lembrança (Parte 1)

Acho curioso o fato de lembranças boas virem a minha cabeça quando ouço determinada música, sinto algum cheiro ou assisto a algum filme. Em resumo, sensações agradáveis que remetem a boas lembranças. No entanto, nunca pensei que sensações desagradáveis como uma dor, por exemplo, pudesse me remeter a lembranças também.

Esta semana completou dois anos que fiz uma cirurgia. Sofria com azia crônica desde criança e optei em fazer a operação para acabar de vez com essa sensação desagradável. Foi um procedimento simples, mas com um pós-operatório dolorido.

Na mesma época, em um domingo de passeio ao shopping, ao visitar uma loja, conheci um rapaz que lá trabalhava. O cara foi super atencioso, simpático, além de que ele era lindo, usava barba e tinha um olhar cativante. Aparentemente o cara não era comprometido, pois não usava aliança. Perguntei-me, como um cara bonito podia estar solteiro? Voltei à loja várias vezes, com as mais esfarrapadas desculpas, ou até para comprar algo que não precisava, só para ver o cara ou dar um "Oi". Certo dia, encontrei com um amigo neste mesmo shopping e convidei-o para tomarmos um chope. Antes ele disse que precisava paasar em uma loja pagar uma conta e me convidou a acompanhá-lo. Pra minha surpresa, era a mesma loja que o carinha trabalhava e ainda por cima meu amigo era muito amigo dele. Fomos apresentados formalmente. Tive que concordar que o mundo é pequeno.

Alguns dias depois, recebo um convite de amizade do cara no Orkut. Como ele me adicionou no Orkut, adicionei-o ao MSN. E assim começamos a conversar. Em nossas conversas, quando já tínhamos certa intimidade, ele me disse que queria perguntar-me algo. Quando disse a ele que poderia perguntar, ele enrolou, enrolou e de tanto eu insistir ele fez a dita pergunta: Queria saber "qual era a minha". Como ele havia enrolado, eu dei uma boa enrolada também. Adoro fazer esses joguinhos de mistério. Acabei dizendo a ele que curtia caras, mas não com essas palavras e nem com todas as letras. Deixei alguma coisa para que ele imaginasse.

(continua...)

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Em terra de saci, uma calça dá pra dois...


...Já dizia o ditado. Já na minha "terra", não funciona, ou pelo menos não funcionou assim. Explicarei. Apesar de ser bastante dogmático quando me relaciono com caras, sempre fui curioso com relação a algumas "fantasias". Uma delas é o sexo "a três". Até então nunca havia discutido isso com a digníssima, por saber explicitamente que ela não aceitaria e que, no caso do nosso relacionamento, eu não me sentiria bem, por ambas as partes. Nunca também havia surgido a oportunidade de ter isso com um cara. Embora uma vez, tenha havido um convite de um carinha que me relacionei para realizar esta fantasia com um garoto de programa. Mas isso pra mim seria totalmente fora de cogitação, pelos motivos que já venho discutindo nos posts anteriores e pelo fato de que para mim, pagar para ter sexo, seria algo para quem não conseguiria tê-lo da forma "convencional".

Eis que um dia, conversando com um cara do trabalho que já havia me relacionado, ele veio com a ideia de realizarmos tal fantasia com o ex-affair dele que também estava afim. Já conhecia o tal cara, que também trabalha na mesma empresa, por foto. O cara era muito bonito,  bem meu tipo,  mas não nos conhecíamos pessoalmente.

A princípio relutei na ideia, mas de tanto ele me encher a cabeça, resolvi aceitar o convite, com a condição de que antes, nós três marcaríamos de nos encontrar para conversar e tomar uma cerveja. Assim saberia se toparia ou não. Condições aceitas, marcamos o encontro.

No dia marcado, ainda com a sensação de "isso não vai dar certo", encontrei com o meu ex-affair no local combinado e esperamos a chegada do ex-affair dele. Ele chegou e nos cumprimentamos. Não sei o que aconteceu, trocamos meia dúzia de palavras e para mim já tinha sido o suficiente para topar a brincadeira. Talvez pela "química" que rolou eu mesmo pulei minhas condições.Vai entender...

Devidamente apresentados, rolou o convite de irmos para o apartamento dele. Lá chegando, eu ainda com receio de como me portar diante da situação, eles perceberam, tomaram a iniciativa e começaram a brincadeira. Aos poucos fui me soltando e comecei a participar também. O negócio começou a esquentar, e quando eu percebi já estava meio que "monopolizando" o cara. Além disso, constantemente sussurrava no  ouvido dele que queria "apenas ele". Quando percebi, meu ex-affair já estava de fora da "brincadeira" e apenas observava. E assim ficamos até irmos embora.

Trocamos telefones, nos despedimos e fui. O meu ex-affair, meio de cara, nada comentou. Chegando em casa, recebo uma mensagem no celular:  "Espero vê-lo em breve novamente, exclusivamente. Beijos!". Depois disso, voltamos a nos encontrar outras vezes e nos tornamos amigos-coloridos. Quanto ao meu ex-affair, nunca mais nos falamos. Conclusão: a fantasia a três não funcionou muito bem, pelo menos comigo. Quem tudo quer, nada tem!