sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Saltando de cabeça... no precipício!


Como venho citando nos posts anteriores, frequentar uma baladinha em outra cidade estava me fazendo bem, me libertando. Mas tudo tem um limite e para este caso achei que o limite já estava para ser ultrapassado. Senti que era hora de parar. Mas não sem antes me despedir e fechar com chave de ouro. Escolhi a data em que foi realizada uma mega festa na balada. Convidei a Mama que aceitou prontamente e nos jogamos. Queria que aquela noite fosse memorável. Mas... Mal sabia eu o que me esperava depois.

Chegamos à balada, fila quilométrica, lugar lotado, muita gente bonita e pelo que pude perceber Curitiba em peso (um dos motivos que me pautei para decidir parar). Entre uma bera e outra, uma passeada e outra, uma olhada e outra, percebi um rapazinho a me observar. Começamos uma troca de olhares, rapaz interessante, bonito. Depois de algum tempo, o menino veio ao meu encontro, nos apresentamos e conversamos. Qual foi a minha surpresa quando soube que o rapaz era Curitibano e ainda por cima, tinha o meu nome. A noite acabou com muitos beijos e pegadas fortes. Havia sido perfeito, a química, o beijo, os abraços. Trocamos telefones e ficamos de nos ver em Curitiba. Fechei a balada com chave de ouro. Voltei feliz pra casa.

Como combinado, entrei em contato com o rapaz na segunda-feira. Marcamos de nos ver e mais uma vez foi um encontro perfeito. Outros encontros vieram e com eles revelações que me surpreenderam. Já nos primeiros o menino revelou que estava apaixonado e que sentia algo muito forte por mim, desde o dia que me viu. Qual foi a minha surpresa quando ele me pediu em namoro já no quarto encontro. Eu fiquei espantado. Estava curtindo conhecer aquele rapaz, sentia que o coração batia forte quando o via, mas namorar por enquanto era algo que eu ainda não havia pensado, pelo menos naquele altura do campeonato. Não respondi que sim, tampouco respondi que não. O menino chorou. Achou que havia se humilhado perante mim. Expliquei meus motivos e após uma longa conversa entramos em acordo em alguns aspectos. Enfim, aceitei o pedido do rapaz. Bastava agora a parte que me competia: lidar com algo que nunca havia acontecido até então. Precisaria aprender a como "namorar um cara".

Conversei com a Mama que me aconselhou a ir devagar, afinal ela me conhecia. Sabia que eu me entregava demais aos relacionamentos e que, quando acabavam, me faziam sofrer. Segui os conselhos dela e passei a ficar sempre um passo atrás do rapaz. Precisaria de alguma maneira, testar o terreno, saber onde eu estava pisando. Não expunha meus sentimentos da mesma maneira que o menino fazia. Utilizava inclusive de joguinhos para fazer ciúme, testá-lo, conhecê-lo. A cada dia que passava, as mensagens que recebia, as palavras ditas ao telefone, as demonstrações de afeto foram me fazendo crer que os sentimentos daquele rapaz eram verdadeiros, puros e até de certa forma inocentes. Comecei a refletir: Por que não se entregar, curtir o relacionamento, aquele sentimento verdadeiro. E assim fiz as vontades do meu coração, tirando a racionalidade da frente.

Entreguei-me, fiz loucuras do tipo "cair na estrada" sem planejamento, sem destino. Em uma dessas, sugeri Balneário Comboriu. Há muito queria ver o sol nascer sentado na areia da praia com alguém. E assim aconteceu. Dane-se se teria que trabalhar no dia seguinte. Cada segundo daquela noite seria aproveitado ao máximo e realmente foi. Valeu a pena!

O feriado se aproximava. Primeiro feriadão no emprego novo e pra resumir, teria que trabalhar. Recebi o convite de passar os poucos dias de folga que teria com o rapaz na casa dele, pois seus pais viajariam. Aceitei o convite, mas não sem antes alertar de que teria que trabalhar no feriado sem dia certo e que a melhor saída seria que ele fosse viajar com os pais. Como previsto, todos os colegas de trabalho mais "velhos" de casa, resolveram folgar e minhas previsões haviam se concretizado. Meus dias de trabalho mudaram. Trabalhei no sábado, folguei no domingo. Pra ajudar, fiquei sem celular. Consegui apenas enviar algumas mensagens para o rapaz avisando que trabalharia no sábado e folgaria no domingo. Sem celular, sem contato, consegui falar com o rapaz somente na segunda-feira no trabalho. Na minha concepção, ainda teríamos parte dos três dias de feriado que poderíamos curtir. Qual foi minha surpresa quando o rapaz por telefone, aos berros me jogava na cara coisas que eu jamais falaria para uma pessoa que eu dizia estar apaixonada. Enfim, reconheci meu erro, pedi desculpas, mas era tarde. Ainda num fio de esperança de que aquilo não passava de um momento de irritação, pedi para conversar e explicar o ocorrido pessoalmente. Em vão. Da parte dele havia acabado e tampouco queria me ver mais. Pra finalizar ainda ouvi um "Não espere que eu fiquei mal por isso, pois não estou!". Escutei tudo isso por telefone, com muita música e algazarra ao fundo do outro lado. Pelo jeito a festa estava boa e eu não era mais bem-vindo.

Aquilo me abateu de uma maneira que eu jamais havia experimentado até então. Meu peito doeu e chorei. Pensei, pensei, pensei muito: O que havia feito de errado? O que havia acontecido com todos aqueles sentimentos escritos, falados, demonstrados? Bem... sigo pensando, mas, até agora, não consegui encontrar um motivo palpável que justificasse todo esse acontecimento. Restou-me levantar de mais um tombo. E sejamos realistas: outros certamente virão. O segredo da vida não é o que acontece com você, e sim, o que você faz do que acontece com você.