quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

As bodas, o rapaz e 'otras cositas mas'...


Semana retrasada fui convidado por uma prima para a comemoração de Bodas de Prata dos pais dela. Apesar de ser "arroz de festa" e geralmente não faltar uma, desta vez não estava muito animado para ir. E assim havia decidido. Aceitei o convite, mas deixei minha presença em aberto.

Na última hora, minha mãe insistiu para que eu fosse. Pensei um pouco, fiz um esforço e fui, mas por consideração aos meus tios. Minha expectativa era de encontrar aquelas tias velhas distantes que não vejo há anos, as primas que sempre ficam de canto e os primos que se juntam pra falar de mulher e futebol. Lá chegando, só confirmei aquilo que já imaginava. Isso não foi nada perto de ter que ficar respondendo aos parentes, o paradeiro da minha ex-mulher.

Após a cerimônia na igreja, me dirigi ao salão de festas e me sentei. A maioria do pessoal ainda estava do lado de fora cumprimentando meus tios. Não via à hora de o martírio acabar. De repente, distraído com meus pensamentos, fui interrompido pelo garçom: "Quer beber algo?". Quando levantei os olhos e me deparei com o cara, tremi na base. O cara era lindo, usava cavanhaque e cabelo arrepiadinho. Vi que ele me olhava fixamente nos olhos. Naquele segundo já saquei que alguma coisa havia. O rapaz voltou com a cerveja e mais uma vez ocorreu um encontro de olhares. O salão ainda estava praticamente vazio.

Da mesa onde eu estava sentado, conseguia ver o rapaz atrás do balcão do bar. E assim passamos parte da noite trocando olhares. A certa altura eu buscava cerveja pra todo mundo, só pra ver o cara. Já na quarta garrafa e desinibido o bastante, me ofereci para renovar a bebida da mesa. Chegando ao bar, puxei assunto com o rapaz: "Eu acho que conheço você! Você estudou no João Ribeiro certo?", menti. Ele sorriu e confirmou que sim. Chutei, acertei e aproveitei a brecha. Continuamos a conversar, abri e tomei a cerveja ali mesmo. Sempre olhando ele nos olhos e fazendo cara de safado. Ele sorria e desviava o olhar. Era a confirmação.

Voltei à mesa pra não dar bandeira, afinal a família inteira estava presente e ninguém ali sabia [e nem deveria saber] da minha vida dupla. Quando as luzes se apagaram e começaram com a música, voltava ao bar constantemente para dar continuidade à conversa, que já estava esquentando. Em uma ida ao banheiro, surpreendentemente me deparei com o cara. Percebi que ele estava de saída, mas mesmo assim ficou se enrolando, fingindo limpar a camisa. Ali havia três cabines, olhei para a última, aproveitei que o local estava vazio e num ímpeto de coragem e ousadia [o que algumas garrafas de cerveja não fazem], peguei o cara pela mão e puxei-o para a cabine. Ele não resistiu. Fechei a porta e tasquei um beijo forte nele, que foi correspondido a altura. Ficamos naquele amasso uns cinco minutos. Sentia que o volume nas calças do rapaz crescia. Para evitar sermos descobertos e após nos certificarmos que não havia ninguém, saímos. Antes é claro, trocamos telefones e prometemos de nos rever.

Deixei o rapaz continuar seu trabalho e me joguei na pista a dançar, feliz da vida. Ao chegar em casa, me deparei com uma mensagem no celular: "Adorei nossa loucura! Espero te ver de novo ainda essa semana. Beijo". Sorri. Neste momento lembrei que a minha amiga Mama vive reclamando que, em qualquer lugar que eu vá, sempre encontro alguém para foliar, seja na rua, no shopping, até no aeroporto. Fazer o que? Eu não procuro, eles aparecem!

domingo, 17 de janeiro de 2010

E assim caminha a humanidade...


Apesar de não ser muito fã de TV, confesso que ultimamente tenho parado para assistir ao tal do Big Brother Brasil. Os mais letrados leriam a frase acima torcendo o nariz. Concordo que este não seja "o exemplo" de programa cultural e este realmente não é o objetivo de seus idealizadores, já que a maioria de seus seguidores habituais o assiste no anseio de ver as intrigas, fofocas e barracos protagonizados pelos seus participantes.

Observando de outro ângulo [e este é o objetivo deste post], prefiro vê-lo como uma experiência psicológica, uma forma de entender as pessoas e seus comportamentos. Ultimamente, tenho me deparado com as mais diversas notícias a respeito do reality. A grande maioria sobre os tais gays que participam desta edição. Com o intuito de gerar polêmica [óbvio] e tentar alavancar a já desgastada audiência do formato [mais óbvio ainda], dentre os ilustrem moradores da casa foram escolhidos três homossexuais assumidos [e de longe os mais normais]: uma drag, um emo e uma lésbica. Enganam-se aqueles que acham que a Globo resolveu investir na promoção da diversidade.

Dentre as tais notícias citadas acima, estaria uma dizendo que caso um beijo gay acontecesse, este seria mostrado sem preconceitos. Sinceramente não entendo o porquê de tanto alarde em torno desse assunto, sendo que mostram coisas muito piores em suas já manjadas novelas.

No começo achei que haveria uma visível discriminação ou até uma "exclusão social" dos participantes, mas que até o momento tem se mostrado o contrário. O assunto chegou a mobilizar o Ministério Público, que se, mostrou preocupado com um possível caso de homofobia contra os três participantes [olha o Brasil funcionado!].

Embora o assunto ainda gere polêmica e notícia, é visível que os tempos estão mudando e enfim as pessoas estão caminhando para uma sociedade mais aberta e que aceita melhor as diferenças. Ainda falta muito para esse "bebê" começar a andar, mas já é um começo. Ainda bem!

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Eu não te ligo e você não me telefona!


Sempre tive a convicção de que os homens fossem mais descomplicados que as mulheres. Pelo menos a maioria deles. Homens são mais diretos, objetivos, previsíveis, mas racionais em determinados momentos, sabem o que querem. Talvez alguns possam ver isso como uma visão machista, mas não se trata disso. Não tirando o mérito das mulheres, todos haverão de concordar que o homem em relação a sentimento é muito mais previsível do que uma mulher.

Num relacionamento convencional homem-mulher é de se esperar que cada um tenha seu papel na relação. O homem geralmente toma a dianteira, convida a mulher para sair, faz as gentilezas, paga a conta, liga no dia seguinte e por aí vai. E numa relação homem-homem? Como fica isso tudo? Quais são os papéis de cada um? Foi justamente por isso que entrei em parafuso neste começo de ano.

Tudo começou quando a Mama sugeriu de passarmos o réveillon no Rio. Apesar de estar animado para a viagem, a empolgação vinha de outra fonte: rever um carinha, amigo do primo-distante dela que eu havia conhecido na ultima oportunidade. Agora eu poderia conhecê-lo melhor e quem sabe rolasse alguma coisa entre a gente.

Como já o conhecia, achava que pela timidez do rapaz as coisas aconteceriam de uma forma mais fácil, pelo menos pra mim. Já no segundo dia na cidade, o encontramos em um shopping e de lá demos uma esticada em um barzinho. Do barzinho sugeri irmos pra outro lugar. A Mama e o primo dela, que já tinha sacado as minhas intenções, resolveram voltar. Eu, o rapaz e outro amigo fomos para o hall do prédio deste último conversar, regados a vodka com suco de graviola. O menino que não é de beber, saiu de lá chamando “urubu de meu loro”.

No caminho de volta, eu ainda com as baterias carregadas, convidei-o para outro lugar. Ele aceitou. Era a deixa, mas acabou que rolou ali mesmo na frente de onde eu estava hospedado. Santo insulfilm! No dia seguinte nem sinal do rapaz, nem no outro e muito menos no seguinte. Ele só deu as caras quase três dias depois dando mil desculpas. Acabou que ficamos novamente. O rapaz havia mexido comigo de uma maneira que acabei cobrando dele coisas que não tinha direito algum de cobrar.

Até então, tudo havia partido de mim: convites, iniciativas e afins. Uma relação que deveria ser a mais descomplicada, direta e objetiva possível se tornou justamente o contrário. Tudo aquilo que eu imaginava virou-se contra mim como uma onda em um mar em fúria. Porque ele não ligou? Mando mais um SMS? Convidava ele pra algum programa ou esperava partir dele o convite? Será que ele estava afim mesmo? Dúvidas e mais dúvidas, pipocavam na minha cabeça. E acabou que eu voltei para Curitiba com todas elas.

Ontem conversando com um amigo por MSN, este me perguntou se deveria convidar um carinha que estava conhecendo para sair ou esperava dele o convite. Eu fui enfático: Dê os seus passos, mas espere algo da contraparte também. Isso evita frustrações e "tombos" desnecessários.