sexta-feira, 18 de abril de 2008

A Conveniência de uma Inconveniência


O ser estava sumido por estes dias. Não sabia o que havia acontecido com ele depois do último episódio. A semana inteira ele ficou off-line. Acho que inconscientemente ele percebeu meu desinteresse em "tocar o relacionamento" depois da "pressão", por mais que não existisse qualquer compromisso entre nós.

Hoje ele reapareceu, me chamou no messenger com um simples "Oi". Esperei alguns minutos para responder, o cumprimentei e perguntei como estava. Ele disse estar envolvido em um projeto na empresa e por isso o motivo do sumiço, apesar de eu não ter cobrado nada ou dito algo relacionado a isso.

Depois disso, ele disse que queria contar uma novidade. Contou que passaria o feriado em Montevidéu. Eu respondia monossilabicamente. Deixei ele contar tudo, sem qualquer pergunta da minha parte. Percebi um certo prazer nele em me relatar tudo aquilo. Lembro que havia confidenciado a ele que gostaria muito de visitar Montevidéu, do que eu gostaria de conhecer por lá, da viagem de carro que gostaria de fazer pelo país. Agora voltando a fita e analisando nossas conversas, percebi que isso ocorreu por diversas vezes, sem que eu me desse conta. Em todas as oportunidades que contei a ele alguma coisa que eu tinha vontade de fazer, ele dias depois vinha sempre querendo contar uma novidade que acabava sendo algo ligado àquilo que eu havia confidenciado.

Não deveria, mas me senti mal por isso. Era como se meu sonho tivesse sido roubado. Não pelo fato de que eu ache que só eu tenho direito de fazer certas coisas, mas sim por ver que ele sentia prazer em contar algo que ele sabia que eu sentia muita vontade de fazer. Não quero um relacionamento para ser a muleta do outro, assim como também não quero uma amizade de conveniência.

A ficha caiu. Pena que tenha que ter sido dessa maneira.


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